sexta-feira, outubro 15, 2021

Haikus de um verão sem fim #03




O haiku não é poema.
É telegrama.
Stop.



Se são as máquinas que fazem medicina,
Para que raio precisas de médicos?



A música tem poderes
Que a ciência desconhece.




O GTI quer dar rédea aos cavalos
Mas eu ando lento de cilindros.




Os meus cães gostam de aspersores
Como o diabo de beijos na boca.




Reticente, a baía rende-se ao outono.
Nortada.




Podia passar a noite toda a escrever haikus.
Mas que faria amanhã com o tempo?




Numa coisa o feminismo falhou:
Quando um casal se separa
É sempre o homem que sai de casa.




Quando o haiku cabe em dois centímetros quadrados de papel,
Estás no bom caminho.




O aspersor foi apontado contra uma parede.
Até para seres funcional
precisas de um Deus sóbrio.




Nunca digas nunca.
A não ser na hora da tua morte.