Num importante paper publicado em Agosto, uma equipa de neuro-cientistas liderados por Liberty S. Hamilton reporta que o cérebro, contra aquilo que era suposto até aqui, trata as palavras de uma forma diferente do resto dos inputs áudio, num processo de codificação paralelo ou não convergente.
A descoberta dá que pensar e reforça a antiga e seminal ideia de que a palavra apresenta um valor transcendente na realidade cósmica e na dimensão humana que não tem sido devidamente equacionado pela ciência, embora sempre tenha sido destacado na literatura iniciática da antiguidade e nos mitos primordiais.
A palavra não é um mero som. É a voz da criação divina e da consciência humana. É a ferramenta primeira da identidade e da civilização. Segundo o Evangelho de João, está no princípio de todas as coisas. Segundo o Genesis, também. E o teu cérebro sabe disso, mesmo que tu o ignores.