O insuportável The New Republic pergunta-se, num ataque de hipocrisia e cinismo e servilismo que bate todos os recordes da pouca vergonha: não será perigoso para a democracia fazer a crítica de Joe Biden?
Portanto: o jornalismo isento e objectivo passou a constituir um ameaça. Um acto de lesa-pátria. Uma agressão aos valores democráticos.
A mesma imprensa que passou 4 anos a inventar as mais delirantes e obscenas mentiras para descredibilizar, insultar, destituir e criminalizar a inteira composição da administração Trump, pergunta-se agora se é legítimo beliscar o actual inquilino da Casa Branca, por um pouquinho que seja. Se não é preferível, em nome da República, que a imprensa o leve ao colo até à cerimónia fúnebre do último vestígio de objectividade e integridade jornalística.
Não importa o estado desgraçado da economia, com inflação galopante, rupturas na cadeia de distribuição, escassez de mão de obra e despesismo insano; não importa o desgoverno da nação, irremediavelmente dividida entre a esquerda radical e a direita populista, irremediavelmente perdida para o crime sem rédea nos grandes centros urbanos; não importam os 6000.000 mortos Covid desde janeiro do ano passado (altura em que Sleepy Joe tomou posse); não importa o caos aterrorizador na fronteira com o México, as figuras tristes, ininterruptas, nos palcos internos e externos, a entrega da liderança mundial à China e a tensão insustentável com a Rússia; não importa a mais que evidente demência senil do chefe de estado, o mais que evidente decaimento para a tirania que infecta toda a administração e o correspondente recurso a ordens executivas claramente inconstitucionais; não importa a recordista impopularidade do presidente e da vice-presidente; não, nada disso importa.
O que urge, para salvar o regime, é continuar a mentir, a falsificar a realidade, a produzir propaganda, a defender o indefensável, a servir os poderes instituídos contra os interesses e as liberdades e os direitos dos cidadãos. É isso que vai salvar a democracia.
Bom Deus.