sábado, dezembro 18, 2021

Como Jordan Peterson salvou o livre discurso na Universidade de Cambridge.

Depois de, em 2019, ter visto revogado, por pura volição censória, um convite que a Universidade de Cambridge lhe endereçou para participar num seminário sobre o Livro do Êxodo, Jordan Peterson adoeceu e desapareceu do mapa. Enquanto esteve doente, e precisamente por causa deste triste episódio, alguns docentes mais inconformados da veneranda academia lançaram uma petição que exigia um plebiscito sobre a possibilidade de modificar os estatutos relacionados com a liberdade de expressão, de forma a não poderem ser utilizados de forma autoritária sobre o condicionamento da opinião e a divergência filosófica e política. A petição foi bem sucedida e, protegidos pelo anonimato do voto, cerca de noventa por cento dos membros do corpo docente votaram a favor dessa alteração estatuária.

Regressado à sua boa forma física, psíquica e intelectual, Jordan Peterson visitou Cambridge em Novembro deste ano e pôde dar livre curso à sua retórica sem que a pide do pensamento tivesse como calá-lo. Sobre essa visita, que correu lindamente e demonstrou que continua a ser o filósofo mais popular da actualidade, o professor de Toronto escreveu um artigo para o Telegraph, que neste vídeo é por ele lido.



O texto de Peterson tem um tom bastante optimista e é deveras elogioso sobre a realidade histórica e académica britânica e a tradição libertária da esfera anglosaxónica. Em boa parte, parece ignorar a ofensiva do autoritarismo mais espúrio e draconiano que se vive hoje nos países de língua inglesa e muito especialmente nas suas academias. Mas a verdade é que todo este episódio resulta num saldo positivo para aqueles que amam a liberdade, pelo que o optimismo algo ingénuo do mais célebre estudioso do comportamento sexual das lagostas da história do conhecimento humano pode até, em certo sentido, ser apropriado.

Afinal, nem só de más notícias vive o Ocidente.