Parece que, a cada momento do seu trânsito, a posição que ocupam no firmamento os objectos astrais pode muito bem exercer gravidades enigmáticas sobre a vida biológica na Terra. Por exemplo: causar cientificamente demonstráveis perturbações no santo sono dos mamíferos Sapiens.
Mas se esse padrão de noites mal dormidas coincide com as fases da Lua, podemos especular: não será Júpiter, 400 vezes maior e outras tantas mais pesado, capaz de poderosas e majestáticas interacções? Não influenciará a órbita de Saturno as marés e as pescarias? E Marte, que sendo bem mais pequeno que a Terra é quarenta vezes maior que a Lua, não inspirará a discórdia entre gregos e troianos, naqueles momentos cíclicos em que fica mais perto do Mediterrâneo que é este mundo? E Vénus, que num dado instante da sua viagem sideral é o planeta que como mais nenhum se chega à nossa esfera, despertará paixões terríveis no momento dessa sideral intimidade?
E não dominará o Sol, duzentos tamanhos acima de Júpiter, sobre todos os semideuses e sobre todos os mortais?
Bom Deus, isto é conversa de faraó renegado, de romano pagão, de astrólogo de taberna ou de saloio supersticioso. Não pode ser. E quando aquilo que a actividade científica produz não está de acordo com o seu paradigma, acontecem falências técnicas e paragens cerebrais como aquelas que no clip em baixo testemunhamos: o confrangedor espectáculo de patinagem
artística em gelo de espessura capilar que nos é oferecido pelo bom do
Anton Petrov.