Se considerarmos a diferença no volume demográfico, a manifestação contra as restrições e mandatos impostas pelo governo americano a propósito do Covid-19, que decorreu hoje em Washington, foi muito menos bem sucedida do que a lisboeta. Em Lisboa estavam mil pessoas. Em Washington não mais que umas 3 ou 4 mil. Mas os portugueses são 10 milhões e os americanos, 300 e tal.
O que vimos hoje na capital administrativa da federação foi uma deprimente demonstração de conformismo e de medo por parte de um povo que, por muitos defeitos que tenha, não era reconhecidamente cobardolas. Parece que depois do que aconteceu a 6 de janeiro de 2021, e da repressão política que se lhe seguiu, os cidadãos americanos cederam à tirania. Quem diria?
Enquanto isso, na Bélgica, as coisas foram bem diferentes, com dezenas de milhares de pessoas na rua, contrariando o autoritarismo burocrático da União Europeia. Mas é quando os belgas batem visivelmente os americanos em coragem, capacidade de mobilização e amor à liberdade que percebemos que vivemos num mundo virado do avesso.
Vivemos tempos interessantes? Não. Vivemos tempos esquizofrénicos.