domingo, fevereiro 20, 2022

A razão tirânica que vem a seguir.

Aberto o precedente que informou as elites sobre a alta incidência de servilismo obediente por parte das populações aos mandatos mais draconianos e autoritários que possam ser decretados, eu arrisco que o terror mediático que vai rapidamente substituir o Covid 19, e justificar a continuidade da agenda oligárquica e do controlo totalitário sobre as populações, será fundamentado numa destas cinco circunstâncias:


Permanente Estado de Guerra
Nem é preciso travá-la no terreno. Basta criar uma ambiente mediático que dramatize o potencial da sua ocorrência. Seis meses de consistente e massivo alarmismo sobre a possibilidade de um conflito armado entre as potências mundiais cumprirá com o objectivo de voltar a hipnotizar as massas e raptar os seus direitos e liberdades.

Alterações Climáticas e Crise Energética
Os confinamentos por razões ambientais não são nada de novo e têm habitado episodicamente a história da humanidade, desde o século XIX. O que será novo é a volição totalitária que está por trás da religião ambientalista. Quantos quilómetros fazes de carro por dia, quantos duches tomas por semana, quantos centímetros cúbicos de gás utilizas para cozinhar cada refeição: o estado pode começar a controlar e a racionar a energia que consomes de um dia para o outro, por decreto fundamentado num qualquer estado de emergência climático. Esta ameaça escatológica e pretensamente científica permitirá paralelamente uma ainda mais acelerada e irresponsável substituição das infraestruturas instaladas por redes de energias renováveis que são deficitárias em relação à procura e bastante mais dispendiosas. E encarecer as energias ao ponto de que o seu acesso sirva instrumentalmente para estabelecer um controlo despótico sobre os povos deve ser uma das ideias mais estimadas pela rapaziada do World Economic Forum.

A Dissensão Política como Ameaça Terrorista
No Canadá, nos Estados Unidos, em França, na Alemanha, na Áustria, na Escócia, na Irlanda, na Austrália e na Nova Zelândia, ganha terreno uma tendência para diabolizar a dissidência regimental, política e cultural como um comportamento terrorista. Nunca como hoje se falou tanto em ameaças internas à segurança dos estados ocidentais, perpetradas não por aqueles que realmente representam um perigo para as sociedades, como os radicais islâmicos de primeira geração na Europa ou os gangues cartelizados dos centros urbanos nos Estados Unidos, mas por aqueles cidadãos que cometem o horror de manifestar opiniões discordantes daquelas que são regimentalmente consagradas pelas elites políticas e burocráticas, pelos media e pelas grandes corporações dos senhores do universo.
A mordaça que fica mais apertada a cada dia que passa vai necessariamente, mais tarde ou mais cedo, resultar na reacção violenta do amordaçado. Quantas mais cenas como as que foram reportadas na últimas 24 horas em Ottawa podem acontecer antes que a multidão pacífica e receosa se transforme num monstro irado? A carga da polícia montada passou hoje a centímetros de crianças que se encontravam no Parliement Hill (muitos dos camionistas estão acompanhados da família). Se os cascos de um cavalo tivessem por acaso atingido uma dessas crianças, como reagiriam os manifestantes?
O problema é que quando a multidão acaba por ceder à frustração e à raiva e aos seus piores instintos, as oligarquias, que são monopolistas da violência na maior parte dos casos e que em todos dominam por completo os instrumentos institucionais e mediáticos do poder, terão enfim a oportunidade que esperavam para esmagar física e financeiramente os dissidentes e instalar um regime totalitário em confortável permanência. E é por isso mesmo que não se importam nada de ir esticando a corda da repressão, da censura, da violência. A pior das hipóteses, dá no melhor dos resultados.

A Recessão das Recessões

Seja por pura incompetência, ideologia radical, corrupção partidária ou astúcia criminosa, a verdade é que o Ocidente está a ser levado à ruína económica há várias décadas. As dívidas soberanas batem recordes sobre recordes, os bancos centrais imprimem moeda como se não houvesse amanhã, as nações dependem de fontes energéticas localizadas em territórios civilizacionalmente alienígenas, enquanto a indústria foi deslocalizada também para essas geografias.
A inflacção, o desemprego (muitas vezes patrocinado pelo estado social), os constrangimentos ambientalistas, as restrições legais resultantes de décadas de fúria legislativa, a guerra declarada à iniciativa privada e aos pequenos negócios e a sobredosagem tributária imposta aos indivíduos e às empresas tem vindo paulatinamente a congelar o crescimento económico na Europa e na América do Norte.
Entretanto, o modelo capitalista liberal foi substituído por uma espécie de cartelismo corporativo, de raiz socialista, que funde o público e o privado num conglomerado oligárquico em que as empresas são orientadas para os interesses dos regimes e não pelas leis da oferta e da procura ou pelas preferências de clientes e consumidores. Este modelo é histórica e operacionalmente fadado à falência técnica, mas sempre que essa falência acontece, na banca como nas redes de retalho, na imprensa como na produção e comercialização de máquinas de barbear, o estado intervém, com o dinheiro dos contribuintes ou com moeda impressa às pressas, e injecta capitais nestas instituições arruinadas, em jeito de compensação pelos serviços que lhe são prestados, num jogo viciado que cria riqueza nenhuma, com excepção da oligarquia accionista, que vai multiplicando fortunas obscenas.
Sustentada por sucessivas bolhas que vão rebentando episodicamente, mas cujas razões de existência nunca são contrariadas e que se repetem num ciclo ensandecido de ganância e destruição, a economia global é frágil como um castelo de cartas e paira no ar a ameaça de uma recessão apocalítica, por isso mesmo diferente de todas as outras na história do capitalismo. Esta recessão foi fabricada laboriosamente, desde os anos 90 do século passado. Porque esta é talvez a mais efectiva forma de acabar com a civilização de forma a poder criar novas estruturas de poder totalitário: reduzir 99% da população mundial à miséria total.

Outra Pandemia Fabricada

As elites que temos não primam pela imaginação e assim sendo, não está de todo posta de parte a hipótese de eclosão de uma nova pestezinha, fabricada num outro laboratório ou no mesmo e motorizada com igual ou mais intenso fervor propagandista pelos media e pelas academias.

Isto a não ser que a mãe natureza ou o Comité Central do Partido Comunista Chinês, as duas entidades mais poderosas ao cimo da Terra, decidam espoletar uma qualquer catástrofe global. Mas nesse caso, não estou certo que as elites oligárquicas ocidentais venham daí a tirar grande proveito.

A ver vamos.