quinta-feira, fevereiro 24, 2022

Não há nada que uma boa guerra na Europa não resolva.


"Último argumento dos reis."

Inscrição gravada nos canhões dos exércitos de
Luís XIV


A lista das guerras na Europa é interminável e o continente entre todos mais massacrado pela ira dos homens soma hoje mais uma. Os Europeus não conseguem passar muito tempo sem o seu desporto favorito, que é andar à porrada, e na maior parte das vezes, uns com os outros.

Se é certo que foram servir de violências gentes distantes, a verdade é que preferem agredir-se entre si e fazem-no muito mais frequentemente.

Esta guerra, como tantas outras na virulenta história do Velho Continente, era perfeitamente evitável. Bastava que se garantisse à raposa Vladimir que a Ucrânia nunca vai fazer parte da NATO. Era só isso e qual era o problema disso? Os americanos também não queriam o Pacto de Varsóvia nas Caraíbas, certo? Até estivemos à beira do extermínio termonuclear por causa da eventual instalação de uns certos mísseis em Cuba, se bem me lembro; já para não falar do triste episódio passado numa célebre baía de mau nome.

A questão é que a guerra é desejada, pelo que a verdade histórica, a razão pura e o senso comum não são para aqui chamados. Se a agenda, como todas as evidências indicam, é a da destruição da Civilização Ocidental, o evento de sonho agendado é a catástrofe de um conflito militar na Europa.

O trovão da canhoaria já não é um argumento derradeiro e pelos vistos Luís XIV, um monarca absolutista do Século XVII, era mais prudente que Joe Biden ou Boris Johnson no que diz respeito à promoção e produção massiva de violência organizada.

Os líderes ocidentais pensam até que uma subida de um ou dois pontos percentuais nas sondagens, ou uma diversão que permita a permanência no poder, são motivos mais que suficientes para obliterar o argumentário da paz.

Porque não passam fome, nem frio, nem sofrimentos épicos; porque estão apaixonadas por telefones programados para as enfeitiçar; porque são constantemente iludidas pelos foguetões reutilizáveis de Elon Musk; as pessoas tendem a confundir progresso material com melhoramento moral.

Estão redondamente enganadas, claro. Não há qualquer evidência do progresso da virtude na História Universal.


E no imediato, a tomada pela Rússia de parte da Ucrânia vai servir às mil maravilhas como precedente para que os Chineses façam o que já disseram que mais cedo do que tarde vão fazer: não são só os Ucranianos que não dormiram esta noite. Em Taiwan também deve reinar a insónia.


A Nova Ordem Mundial está a começar a tomar forma. E não vejo maneira de isto acabar bem, sinceramente.