O Universo está aí para ser conquistado. E o espírito humano tem fome de conquistas. O problema é que o seu corpo não foi feito para escapar ao ecossistema que o pariu. E se é boa e bonita a ideia de distribuirmos por duas geografias distintas o peso da responsabilidade da sobrevivência da espécie, nada nos garante que as coisas corram melhor lá do que estão a correr aqui. Não é?
Numa das suas mais bem sucedidas criações, obra digna do imaginário marciano, Exurb1a faz uma espécie de homenagem póstuma aos heróis do futuro que também é um aviso aos aventureiros de gabardina. Neste céptico recado aos crédulos, elogio das aspirações mais patéticas, porém gloriosas; dos fracassos mais rotundos, ainda assim transcendentes, que o símio Sapiens desenvolve pelo trágico-cómico percurso da existência, conseguimos milagrosamente descortinar um vestígio, frágil e minimal, de esperança.
Cinco estrelas.