Viktor Orban ganhou confortavelmente as eleições do fim de semana passado na Hungria. Pela quarta vez consecutiva. Os húngaros parecem apreciar o seu líder conservador. A União Europeia, não. A União Europeia detesta o homem (precisamente porque é um conservador) e vai daí, decide castigar o estado membro com a invenção de um mecanismo que permite reduzir e eliminar apoios financeiros que à Hungria são devidos.
Parece que os resultados de uma democracia só são válidos quando elegem
liberais e personalidades cumpridoras da agenda elitista dos burocratas
da União, e o modus operandi não podia ser mais canalha e imbecil: as medidas punitivas vão atingir os húngaros que votaram em Orban e os húngaros que não votaram em Orban. E em última análise atirar a Hungria para a esfera russa, o que, dado o actual contexto, é de uma estupidez desmesurada.
Para além do seu impacto imediato e localizado, a infame iniciativa abre um precedente perigoso (mais um): a partir de agora, a União tem carta verde para se intrometer descaradamente nos processos eleitorais dos seus estados membros, apoiando com benesses os seus candidatos favoritos e ameaçando com sanções os outros, numa lógica totalitária absolutamente aberrante.
Este gente é vil até à raiz dos cabelos.