quinta-feira, abril 21, 2022

Get woke, go broke. À séria.

Estranhamente, parece que já ninguém aprecia novelas de ficção científica como aquela que preside a este post. E é precisamente por estas e por outras novelas que oscilam entre o surrealismo woke e a esterilidade mais aberrante que a Netflix entrou em modo cataclísmico:


A imprensa mainstream, sempre predisposta a mentir em nome da agenda de Silicon Valley,  está a justificar a diminuição do portfólio de subscrições e consequente queda aparatosa do valor das acções da empresa pelo "facto" de que os subscritores abusam da partilha das licenças, o que é de gargalhada, claro, porque as licenças de streaming nos Estados Unidos foram criadas desde o inicio para serem partilhadas por dois ou mais titulares e isto é válido tanto para as ligas de desporto profissional, como para a indústria de entretenimento. Não é de todo um fenómeno recente.

No entretanto, duas notícias relacionadas que são também deveras saborosas: o serviço de streaming CNN +, que a insuportável estação de Atlanta lançou há cerca de um mês atrás, foi hoje cancelado, dada a total ausência de interesse por parte do mercado. O serviço nunca conseguiu mais que a quantidade risível de 10.000 views por dia.


E a Disney, talvez a rainha das corporações woke de todo o mundo, acabou de perder o seu estatuto de protecção fiscal e autonomia legal na Florida.


Nem sempre o slogan, go woke, get broke corresponde à realidade dos factos, lamentavelmente. Por muitas razões, uma delas sendo a de que as empresas que valorizam a ideologia acima das preferências e sensibilidades dos consumidores acabam por ser apoiadas financeiramente pelos estados e comercialmente pela imprensa, que funciona como uma máquina de marketing gratuita.

Ainda assim, este perverso compadrio mostra dificuldades de operação, aqui e ali e muito porque a internet existe e os públicos vão tendo, por enquanto, alguma liberdade na selecção dos conteúdos que decidem consumir.

Mas essa liberdade de escolher o que se vê, o que se ouve, o que se consome, também acabará por ser obliterada, porque a cada dia que passa, fica mais apertada a mordaça.