sexta-feira, junho 24, 2022

Kamala Harris ou a impossibilidade do elogio.

Por muito que Joe Biden não esteja em condições físicas e mentais para dirigir uma junta de freguesia em auto-gestão, quanto mais uma nação federal em queda livre, a alternativa é ainda pior. Se, depois das intercalares, os democratas perderem as duas maiorias no Capitólio (é o mais certo) e os republicanos decidirem depois destituir o caduco presidente por crimes de lesa-pátria ou evidente demência senil, vão ficar ainda pior servidos, porque a personagem que sobra para ir residir na Casa Branca é a actual vice-presidente: Kamala Harris.

Uma das mais estultas personagens da vida política norte-americana desde que Jefferson e Adams escrevinharam a Declaração de Independência, Kamala tem apenas as virtudes pós-modernas de ser mulher e negra, características estas que, naturalmente, não são da sua responsabilidade nem decorrem do seu mérito porque já nasceram com ela.

De resto, a vice-presidente é reconhecida pelas suas frases insubstanciais e redondinhas, o seu gargalhar nervoso, que usa tanto em funerais como em banquetes de estado, e a sua total incapacidade para o desempenho de qualquer cargo, público ou privado, que implique o fluxo electroquímico de informação entre os neurónios.

Tucker Carlson, que esta semana tem optado pele modo satírico (talvez a única forma de sobreviver ao grande desastre americano que é obrigado a testemunhar todos os dias perante os milhões de espectadores que assistem ao seu talkshow), tenta resumir no monólogo de ontem o génio, a originalidade, a competência técnica e as qualidades de liderança de Kamala Harris. Como estas variáveis são inexistentes nela, a coisa desvia-se rapidamente para uma dúzia de minutos de mordaz martelada. Que a senhora merece completamente.