quinta-feira, julho 21, 2022

Mais um triunfo da "Ciência".

Só na América, 65 milhões de desgraçados tomam ou já tomaram drogas contra a depressão. Um quarto da população. Estas drogas destinam-se a combater um desequilíbrio químico que, pelos vistos, nem sequer é a razão que causa o problema.  

No entretanto ninguém fala dos efeitos secundários (e, claro, a imprensa muito menos), em muitos casos terríveis, destas drogas.

No Ocidente, o conceito de doença mental tem sido esticado muito para lá dos limites do aceitável, de forma alimentar os chorudos negócios das farmacêuticas e as carreiras dos muitos milhares de psicólogos e psiquiatras que saem das universidades em fornadas monumentais, todos os anos.

O diagnóstico das doenças mentais e a virtude da receita de drogas para restabelecer equilíbrios químicos no cérebro não tem nem nunca teve qualquer evidência fisiológica. O processo não é acompanhado por exames anteriores ou posteriores: o paciente desata a tomar as drogas, em grande parte dos casos durante a restante duração da sua vida, e é tudo. Os mecanismos funcionais da mente continuam a constituir um mistério para as neurociências e o processo de como as drogas operam no sistema electro-químico neuronal é completamente desconhecido.

É verdade que, em medicina como noutras áreas da indústria humana, há fórmulas que podem resultar mesmo quando não percebemos porque resultam e como funcionam. Mas isso não dá carta verde a ninguém para massificar panaceias implementadas sem qualquer critério ético e cujas consequências são basicamente ignoradas ou, pior, encobertas por interesses financeiros e carreiristas. Principalmente quando o objecto destes "tratamentos" é a mente humana. Principalmente quando o dogmático e pseudo-científico receituário impede e dificulta a investigação das verdadeiras causas do problema e a descoberta de novas terapias e soluções que o contrariem.

Mas vivemos tempos em que a razão e o bom senso são valores de arqueologia. Triunfam os slogans em vez da substância e os mandatos em vez do livre inquérito.

"Acredita na Ciência". "Confia na Ciência". E, para usar um velho verso do Variações, "toma um comprimido q'isso passa."