Neste breve vídeo-ensaio sobre as consequências da Teoria da Relatividade na ideia que fazemos do Tempo, Sabine Hossenfelder faz o melhor que pode para não fritar os neurónios de ninguém. Não sei se consegue cumprir esse pacífico objectivo, mas há um outro, menos pacífico, que é por certo cumprido: o de demonstrar que, de acordo com a matemática de Einstein, o tempo é uma variável ilusória - o agora pode ser ontem, o ontem pode ser amanhã e vice-versa, dependendo das coordenadas onde reside a experiência cronológica e a observação panorâmica. Mas, talvez mais importante, a Relatividade implica que o futuro está previamente determinado e, que, assim sendo, o livre arbítrio é uma falácia com que entretemos o ego.
É por estas e por outros que tanto tenho desconfiado do legado de Einstein. Da mesma forma que ele se recusou a acreditar nas propriedades fantasmáticas do campo quântico, eu também tenho muitas reticências sobre o determinismo implícito nos cálculos do génio alemão, que em última análise aniquilam 90% da filosofia e 100% da ética.
E se tu, gentil leitor, és um defensor fanático da validade da Relatividade como teoria cosmológica, lembra-te que, à luz dessa equação, as tuas decisões são irrelevantes e o teu destino está selado e é imutável, independentemente do que possas fazer.
Boa sorte, porque assim sendo só dela dependes.