sexta-feira, julho 08, 2022

Uma questão de moscas.

Thomas Colbert-Dillon, um antigo spin de Boris Johnson, é perguntado por Tucker Carlson: mas afinal porque é que Boris caiu? Thomas dá uma resposta que está certa e errada, ao mesmo tempo.



O raciocínio do britânico está certo quando afirma que o problema fundamental de Boris Johnson foi o de não cumprir o seu mandato eleitoral: mal chegou ao nº 10 de Downing Street, o primeiro-ministro agora demissionário trocou muito rapidamente a agenda conservadora/populista por um neo-liberalismo histriónico, solidário com o programa do World Economic Forum, infectado pelos radicalismos ambientais, refém do elitismo globalista e entusiasta do sentimento anti-Putin que grassa precisamente nos sectores mais autoritários da União Europeia, de tal forma que nem o Partido Trabalhista conseguiu diferenciar as suas políticas das políticas do governo supostamente conservador.

O que está errado nas palavras de Colbert-Dillon é a associação que faz entre esse desvio ideológico e a debandada da bancada conservadora em Westminster, que levou à queda do seu líder.

Lamentavelmente, os membros dessa ala do parlamento britânico não abandonaram Boris Johnson por causa das suas políticas abstrusas. Não o abandonaram por ter chafurdado pateticamente na Ucrânia, por se ter borrado todo durante a pandemia e ter transformado o Reino Unido numa ditadura sanitária, por se ter metamorfoseado no palhaço rico do circo woke, no mordomo de Greta Thunberg e numa marioneta às mãos de Klaus Schwab. A triste verdade é que entre os conservadores haverá uma escassa e curta minoria de representantes dispostos a, ou capazes de, enfrentar essas poderosas e nefastas forças totalitárias.

Boris Johnson foi corrido pelo seu partido por causa de pequenos escândalos que não têm nada a ver com as grandes linhas de desorientação do seu governo: as festas, as bebedeiras, as irrelevantes heterodoxias, as risíveis ilegalidades procedimentais, as irrelevantes mentiras (como se este fosse o único político mentiroso na história universal). Foi o seu comportamento pessoal e não o seu pensamento político que o levou a este fim deprimente.

E a prova provada de que não estou a delirar virá em carne e osso, no próximo líder que os conservadores vão cooptar. Será com certeza um feroz inimigo de Putin. Será com certeza um pressuroso amigo de Davos. Será com certeza um ambientalista resoluto. Será com certeza politicamente correcto e um simpático saco de porrada para a cultura woke. Servirá com certeza os interesses das oligarquias globalistas. Como aliás aconteceu com Theresa May, David Cameron, Gordon Brown e John Major, os chefes do executivo que antecederam Boris, oriundos da partido tory.

As moscas vão mudar de geografia. Mas o central e fétido monte de merda que consubstancia o Partido Conservador britânico vai permanecer imóvel e incólume.


Vai uma aposta?