Quando tentava a operação de separação do propulsor principal, o SpaceX Starship, o maior foguetão alguma vez construído e lançado, explodiu. É verdade que este foi o primeiro lançamento do programa e que era até expectável que nem tudo corresse bem, mas a forma efusiva como os quadros da empresa festejam aquilo que é, para todos os efeitos, um fiasco técnico, já para não falar dos milhões de dólares reduzidos a cinzas, faz-me espécie, sinceramente.
Não me lembro de ver ninguém celebrar assim a explosão de um foguetão nos anos gloriosos da conquista espacial do século XX. E esse registo de discrição e humildade parece-me bem mais saudável do que a histeria colectiva, desadequada e leviana, dos efectivos da SpaceX.
Mas devo ser eu que já perdi o comboio da ética do século XXI.