É difícil de acreditar, mas Elon Musk acabou de contratar uma agente do WEF para CEO do Twitter. É por estas e por outras que é difícil confiar em magnatas e, tanto aqui no Blogville como no ContraCultura sempre fui manifestando as minhas dúvidas sobre uma personagem que enquanto clama pela liberdade de expressão vai investindo em projectos dantescos como o Neurolink e mentindo descaradamente sobre as viagens a Marte, por exemplo.
Why would you hire someone that is against everything you claim to believe, no less than a WEF apparatchik? Have you been deceiving us alll along?
— ContraCultura (@Conta_do_Contra) May 13, 2023
Em Abril do ano passado escrevi aqui no blog:
O instinto puramente capitalista de Musk não deve surpreender ninguém: o homem já por várias vezes demonstrou que investe e desinveste em função de interesses estritamente materiais e sem qualquer nexo com valores libertários, como todas as suas acções no âmbito das criptomoedas exemplificam lindamente. Esse instinto é apenas normal e até louvável (ainda bem que há gente que sabe ganhar dinheiro neste mundo). O que não é normal nem louvável é fingir que esse instinto não está presente neste investimento específico. Elon Musk dificilmente será um guerreiro da liberdade: é um dos maiores amigos que a China tem nos Estados Unidos. Dificilmente será um cruzado da tradição judaico-cristã: está a investir seriamente em tecnologias que visam transformar e digitalizar o ser humano. Dificilmente será um exemplo de integridade: fez grande parte da sua fortuna a vender ao mundo a ideia que os carros eléctricos são ambientalmente neutros e energeticamente sustentáveis, quando é claro que não o são.
E num outro post, no mesmo mês:
Depois de terem acreditado em 2016 que Trump interpretava a segunda vinda de Cristo, o populismo republicana encontrou em Elon Musk uma nova entidade redentora. Convém no entanto moderar o entusiasmo messiânico até porque:
Elon Musk é um progressista. E vai fazer coisas progressistas com o
Twitter, como faz todos os dias com a Neurolink e a Tesla, por exemplo.
As pessoas não percebem que ao serem privadas do volante a sua liberdade
de movimentos fica seriamente comprometida. Como não percebem que a digitalização da mente humana
é um projecto frankensteiniano, que visa desintegrar a identidade
individual e diluir a espécie num artefacto biónico, em nome sabe-se lá
de quê.
O progresso pelo progresso é insensato e deveras perigoso
e Elen Musk, sendo sem dúvida um rapaz com muitas virtudes, é deveras
perigoso.