sábado, junho 03, 2023

O passarinho azul continua azul, como o lápis da censura.

As últimas 24 horas foram de convulsão no Twitter. Depois da rapaziada do Daily Wire ter decidido inaugurar o mês do orgulho gay com o lançamento gratuito na plataforma, durante apenas 24 horas, do filme de Matt Walsh "What Is a Woman?", um dos trabalhos mais brilhantes de desmontagem e crítica da cultura trans e do fascismo woke alguma vez produzidos, os apparatchiks que ainda resistem na companhia do passarinho azul decidiram que esse post seria catalogado como "discurso de ódio" e não podia ser partilhado nem teria qualquer alcance, mesmo junto daqueles que seguem a conta do Daily Wire.

Tudo isto terá sido feito, aparentemente, à revelia de Elon Musk, que estava na China, numa das suas viagens de confraternização com os camaradas do Partido Comunista nativo, de quem ele tanto gosta.

Mais tarde, Musk postou uma resposta a um tweet de protesto do Daily Wire afirmando que afinal o filme ia chegar aos seguidores da conta, podia ser partilhado e não ia ser rotulado como "discurso de ódio", mas que não ia alcançar mais ninguém e não seria associado a qualquer campanha publicitária a correr na plataforma, o que não deixa de ser, de qualquer forma, uma decisão censória que vai contra todos os valores que Musk afirmou como orientadores da aquisição e gestão do Twitter.

Já hoje, Musk recomendou até que todos os pais deveriam ver "What Is a Woman?", fazendo a partilha do filme, nesse post.


 

"What Is a Woman?" é tudo menos discurso de ódio, como é óbvio (aconselho vivamente a verificação do que afirmo pelo consumo do documentário, claro). É um trabalho honesto e extremamente polido, que procura apenas desconstruir as narrativas LGBT, denunciar os excessos surrealistas a que chega o movimento, a confusão que está a criar nas pessoas, a cumplicidade risível e profundamente anti-científica das academias, e etc.

Quanto a Elon Musk, continua, como já aqui tantas vezes escrevi, à procura de um equilíbrio entre o idealismo e a aceitação da plataforma pelas grandes corporações, de que precisa para salvar o Twitter da ruína financeira.

E em guerra aberta com os activistas da esquerda radical que ainda habitam a companhia, apesar de já ter despedido 80% da malta que lá trabalhava.

Não o estou a desculpar. Se não estava preparado para enfrentar os grandes interesses dos poderes instituídos, não devia ter prometido o que prometeu. Ainda assim, o Twitter é melhor com ele do que sem ele. Sem ele, este filme, que neste momento já vai com mais de setenta milhões de visualizações, não teria qualquer hipótese de permanecer online na plataforma por mais do que uns breves minutos.

Matt Walsh, ele mesmo, faz o balanço da novela.