Não sou de todo um fã do Tsitsipas e sou completamente adepto do ténis de Alcaraz. Mas este confronto entre os dois no Roland Garros que está a decorrer enquanto escrevo estas linhas deixa nuances inesperadas na alma de qualquer pessoa que tenha apreço pela modalidade. O grego estava num pico de forma brutal. Sabia que Djokovic tinha já abandonado a competição por lesão. Tinha aqui uma oportunidade de ouro para ganhar o seu primeiro torneio do Grand Slam, que lhe escapa já há uns anos largos e que tem categoria para conquistar. Mas do outro lado estava uma espécie de tempestade perfeita, que joga à bola como se amanhã a prática do ténis lhe fosse interdita.
O resultado foi uma partida resolvida sem espinhas, em 3 sets, em favor do espanhol.
Mas na derrota, Tsitsipas, que não é propriamente reputado pelo seu fair-play, mostrou virtude. E também aqui, abro uma excepção para o congratular: não acho que os atletas de alta competição tenham algo de interessante para dizer, além da manifestação atlética, e tendo a evitar declarações à imprensa, mesmo daquelas prestadas pelas estrelas que mais estimo. Mas a reacção do grego a uma derrota que, como ele próprio confessa, não estava dentro das suas expectativas, é humilde, honesta e confessional de uma forma que é rara em atletas de alta competição e que convém sublinhar.
Está assim de parabéns, o vencido.