sábado, julho 06, 2024

O declínio da Alemanha, (mal) visto por dentro.

Sabine Hossenfelder está embaraçada por ser alemã, diz ela. Diz que já nada funciona na Alemanha. Que os comboios não chegam à hora marcada, que a internet é lenta, que a economia estagnou, que o ambientalismo crónico dos sucessivos governos decorre de um estado profundo de idiotia que está a conduzir o país a um deficit energético alarmante, enfim, diz montes de coisas que  toda a gente que segue o Contra já sabe. Mas, salvo a questão energética, em que está carregada de razão e aponta as causas certas, Sabine, como a maioria dos alemães, prefere enterrar a cabeça na areia e evitar os verdadeiros fundamentos do descalabro: neo-liberalismo agudo, imigração sem freio, desagregação da identidade nacional e da coesão social, corporativismo recordista, gigantismo do estado e monstruosidade do estado providência, decadência das instituições académicas, desinteresse dos políticos nas reais questões que afectam a vida dos cidadãos, em favor da agenda globalista e etc.

Sabine chega ao ponto delirante de afirmar que o seu país se está a atrasar, em competitividade, desenvolvimento tecnológico e índices de prosperidade porque os alemães são excessivamente... perfeccionistas. Mesmo sem contar com os ilegais, posso garantir à Sabine que os os albaneses, os turcos, os sírios, os paquistaneses, os indianos, os afegãos, os palestinianos, os iranianos, os libaneses, os jordanos e todos os estrangeiros que entretanto entraram no país e, aos milhões, foram naturalizados nos últimos 20 ou 30 anos, não são nada perfeccionistas e já perfazem uma significativa porção da demografia alemã.

Aliás, fazer um vídeo de doze minutos sobre a queda civilizacional da Alemanha sem mencionar a imigração é a mesma coisa que documentar a queda de Constantinopla sem referir o império Otomano.

Serve de nada. 

O cego mais cego é aquele que não quer ver.