Tenho boas razões para desconfiar de qualquer pessoa que esteja ligada, no passado ou no presente, à mais mafiosa das organizações de inteligência desde que Homero inventou a espionagem.
Tenha boas razões para desconfiar que do clã Kennedy não podemos esperar nada senão complexos nevoeiros, segundas intenções e agendas de poder mascaradas de intenções humanistas.
Tinha boas razões para suspeitar - se bem que erradamente - que a campanha de RFK se destinava a regatar votos de independentes que poderiam recair em Donald Trump.
E, por isso, mesmo quando o candidato independente decidiu endossar a campanha de Trump, anulando a sua própria, continuei desconfiado.
Devia porém ter feito o devido trabalho de casa antes de atirar a senhora dona Amaryllis Fox Kennedy para a fogueira das minhas desconfianças crónicas de inveterado teórico da conspiração.
Peço desculpa à rapariga e peço desculpa à gentil audiência do Blogville e do ContraCultura. Estava enganado. Redondamente enganado.
Como é demonstrável por esta conversa de longo formato entre Amaryllis e Tucker Carlson, a ex-agente da CIA não podia ser mais desassombrada nas suas afirmações sobre os poderes instituídos em Washington e ser-lhe-ia difícil até uma posição mais crítica relativamente à agência para a qual trabalhou, sob o risco de ser rapidamente encarcerada por trair compromissos inerentes de confidencialidade.
Amaryllis Fox Kennedy é afinal uma camarada de trincheira, apesar da sua génese liberal-elitista e isto até diz muito em favor dela.
A rapariga que injusticei, merece agora a justiça deste post. Ajudem-me amigos, na redenção, ouvindo o que ela tem para dizer.
Até porque vale mesmo a pena, poça.