domingo, outubro 13, 2024

Um raro momento de consolação.

Hoje aconteceu uma cena de ficção científica: A SpaceX de Elon Musk conseguiu recuperar o enorme booster da Starship, agarrando-o em suspensão, como se fosse uma pena. O feito já é incrível por si só, mas há um detalhe ainda mais maluco: a torre que apanha o propulsor é a mesma que lançou o foguetão. As imagens são impressionantes. E o potencial do sistema, em termos tecnológicos tanto como de economia de meios, é quase incomensurável.



O teste não correu na perfeição, porque uma parte da fuselagem pegou fogo, claramente, mas esta não deixa por isso de ser uma etapa muito bem sucedida do programa da SpaceX.

Como já tenho aqui escrito, o sonho marciano de Musk dificilmente será alguma coisa para além de um embuste, pelo menos nos próximos vinte ou trinta anos. Mas há que reconhecer que, a partir de hoje, a exploração espacial ganhou um novo impulso. E a promessa do magnata dos carros eléctricos de que podia, a curto prazo, lançar um foguetão por hora, com o mesmo propulsor, que parecia muito pouco realista, está de facto a caminho de se concretizar.

E no contexto contemporâneo, em que os sonhos e as aspirações e as conquistas e as glórias da humanidade são cada vez mais raras, este momento é sem dúvida consolador.