Devo reconhecer:
Sou um revoltadinho de merda.
Enervo-me por isto, por aquilo e por achar,
com toda a sinceridade deste mundo
que este mundo
é revoltante.
Não revoltante no sentido chegavarista,
que é infeliz só;
mas revoltante no sentido em que ficas com as tripas
ao léu.
É o estômago que se revolta, mais do que a consciência.
São os intestinos que estremecem, mais do que a razão.
Sou um revoltadinho de merda,
no sentido literal da expressão, e
borro-me todo de nojos e constrangimentos e diarreias
da alma.
Sou alérgico agora
à comichão dos outros.
Não tenho tolerância, dialéctica, paciência, boa vontade.
Perdi isso tudo quando me tentaram convencer
a morrer de medo por causa de uma
constipação.