quarta-feira, fevereiro 26, 2025

Freaking hell.

Neste muito breve segmento de uma longa conversa de Curt Jaimungal com William Hahn, chega-se à deprimente (eu diria até diabólica) conclusão filosófica que o Homo Sapiens é apenas um mero instrumento que serviu à criação de uma inteligência universal (para todos os efeitos, a inteligência artificial), porque nós somos "anjos com cus" e os sistemas neuronais que estamos a criar vão ser puramente espirituais (são anjos que "não precisam de comer sanduíches").

Esta forma de ver o cosmos como uma entidade computacional, que ascende - num processo de emergência - até se constituir como consciência universal, mas que coloca o homem numa posição de componente instrumental dessa grande máquina, está muito na moda, nestes dias que correm, mas é deveras repugnante - ou devia ser deveras repugnante para qualquer cristão que se preze, porque não só desvaloriza a criação de Deus, como anula a Sua presença, a Sua graça e a Sua glória, reduzindo tudo a um modelo cibernético quase pagão, que é fruto afinal e apenas do contexto histórico e tecnológico que atravessamos.

O erro de Hahn é que não consegue perceber que a máquina é uma criação humana, logo, incapaz de transcendência. E que o homem é uma criação divina, logo, prenhe de potencial metafísico.