sábado, maio 03, 2025

Electronic Arts: A empresa que reduz tudo a cinzas.

A Electronic Arts (EA) é, de longe, a mais odiada empresa de jogos digitais de sempre. Não por acaso. Do seu activismo político à ganância desmesurada, não faltam razões de queixa a qualquer gamer que se preze para maldizer a companhia. E a sua longa trajectória nefasta teve esta semana mais um sinistro: a terminação do WRC. Apenas ano e meio depois de ter lançado o jogo, a EA Sports decidiu acabar com o seu desenvolvimento, após ter lançado 2 DLC's que não venderam grande coisa. 

O problema aqui não é bem o cancelamento do programa - o título tem conteúdo que chegue para continuar a entreter os fãs durante mais uns anos - mas sim a sua consequência última. 

O WRC foi um produto criado pelos génios da CodeMasters, depois da empresa ter sido comprada pela EA. Já na altura da aquisição, em 2021, o cepticismo reinou no mundo da simulação de corridas, porque enquanto a CodeMasters era uma empresa amada, responsável por épicos da simulação de ralis como a série "Colin McRae" e a série "Dirt Rally", a gigante que a adquiriu sempre foi detestada e as previsões sobre o que podia acontecer daí para a frente eram sombrias. 

Acontece que com esta decisão, a CodeMasters, ou o que sobrava da sua equipa de criadores e programadores, foi efectivamente terminada. Ou seja: dificilmente voltaremos a ter um jogo de ralis concebido pelos mestres da coisa.

E daqui para a frente, a simulação de ralis não tem, aparentemente, uma empresa ou uma equipa de referência que possa criar um novo título.

É claro que a natureza - e o capitalismo também - odeiam o vazio, mas vamos muito provavelmente notar esta falência técnica e criativa nos próximos anos. 

E passar mais horas a jogar WRC e Dirt Rally 2 do que seria expectável.