Recebi agora mesmo a notícia da morte, súbita e inexplicável, de Tom Sarti.
O meu amigo brasileiro (ganhei uns quantos por causa do Contra, nos últimos anos) com quem nunca estive pessoalmente, mas com quem partilhei inúmeras conversas e confissões.
Estou desolado e magoado como se tivesse levado um enxerto de porrada.
O Tom era uma pessoa mais que amável, mais que generosa e mais que sábia: era uma joia, um tesouro, na lixeira deste mundo.
Deixa-me aqui, do outro lado do Atlântico, nesta excruciante solidão de já não o ter.
No ano passado, deu-me a honra de deixar de ser o anónimo comentarista do 'Saindo da Bolha' para revelar a sua identidade e a sua fisionomia ao mundo, num podcast que tive o prazer de gravar e publicar no Contra.
Não voltámos a gravar mais nenhuma destas conversas por minha culpa, na verdade. Porque não tive tempo ou porque tive preguiça ou por isto ou por aquilo, seja como for arrependo-me agora de não ter estado mais perto dele, de não ter trocado com ele mais ideias e revoltas, mais sonhos e conspirações, mais abraços embrulhados em palavras.
O Tom vai fazer muita falta ao mundo. Vai fazer-me muita falta.
Faz agora parte da glória de Deus. Que Deus o guarde como a mais gentil das suas criaturas.