terça-feira, julho 15, 2025

Em negação.

Este post aqui ilustra perfeitamente o estado demente de muitos apoiantes fiéis de Trump que, mesmo denunciando o escândalo Epstein, continuam a acreditar no que lhes dizem as "fontes oficiais" e os "quadros de topo" das agências federais.


 
É mais que óbvio para qualquer pessoa minimamente lúcida que:

- A verdade sobre caso Epstein nunca será revelada ao público;

- Depois de gerir catastroficamente este dossier, qualquer tentativa da administração Trump de aplacar a revolta das bases não será mais que um encobrimento do encobrimento.

- Mesmo que, por absurdo, a Casa Branca estivesse disposta a alguma transparência, ninguém ia acreditar numa palavra que fosse proveniente de Pam Bondi, Kash Patel e Don Bongino. E mesmo Trump, nesta matéria específica, perdeu toda a credibilidade.

- O aparelho do estado Profundo é quem de facto manda nos EUA. E isso não vai mudar porque o Tucker Carlson, ou o Charlie Kirk ou o Benny Johson estão indignados.

Mas não são só os populistas MAGA norte-americanos que exibem preocupantes sinais de negação patológica. Reparem nesta manchete do britânico Daily Mail:

 
Sim, claro, está-se mesmo a ver que a proxeneta de Epstein ia entrar pelo Congresso a dentro e apontar a dedo os pedófilos que lá residem, e é de facto muito estranho que os congressistas não estejam para aí virados...

Uau. Quem diria. 

Alguém que não viva no país de Alice está realmente à espera que os criminosos que governam os EUA permitam que os americanos saibam que são governados por criminosos? Alguém com um neurónio a funcionar alimenta a expectativa de que esses criminosos confessem ou sejam judicialmente acusados pelos seus crimes hediondos e por serem chantageados pela Mossad e pela CIA para votarem no Capitólio de acordo com interesses que transcendem largamente os interesses dos seus eleitores? 

Seria bom que esta malta toda caísse na realidade. Não quero eu dizer que se conformem, pelo contrário. O que quero dizer é que não adianta de nada protelar a conclusão definitiva, por muito feia que seja: a de que estamos todos entregues à bicharada luciferina. E não é com declarações indignadas e expectativas irrealistas que escapamos a este triste destino.

Vai ser preciso mais, muito mais, do que isso.