I - Observando os outdoors da campanha eleitoral que já conspurcam as ruas dos país, dir-se-ia que os génios do marketing dos vários partidos políticos fizeram eles mesmo um pacto de regime - quem for mais mentiroso ganha. Pinóquio de Sousa, Secretário Geral do partido mais estático da Terceira República, fala-nos de mudança a sério, sem se escangalhar. Paulo Petas, e a sua verdadeiramente imprestável presença na paisagem política, tenta descaradamente convencer-nos de que votar no PP é algo de útil para a Nação. Falacioso Louçã também fica na fotografia da aldrabice, apresentando-nos a esquerda de confiança, quando ele mesmo sabe bem que se há coisa que os portugueses jamais lhe confiariam seria o governo do país. José Sofista, que ainda não conseguiu explicar o caminho que defende para nos retirar do pântano (provavelmente, porque ele também não faz a mínima ideia), surge muito compenetrado com a estafada ideia de um rumo. Patranha Lopes - que chegou a Primeiro ministro sem mérito nem dificuldades, sem votos nem dores de cabeça - surge heróico, para salvar a nação contra os ventos e as marés que ameaçam a sua abstrusa estupidez. A estratégia é atribuir a cada partido as qualidades que objectivamente não tem. E isto não é areia nos olhos. É cancro na consciência.
II - Vi em primeira mão, na CNN , as muito ansiosamente aguardadas imagens de Titan, o segundo maior satélite do Sistema Solar. O espaço interior vai ficando mais pequeno à medida que cresce a ambição humana e, lá muito de vez em quando, ainda conseguimos ter razões para atribuir o benefício da dúvida ao macaco sapiens.
III - A Carla de Elsinore anda a escrever 9 posts por dia. Qualquer blogger que se preze deve ir lá diagnosticar a febre.
IV - Depois de amadurecer bem a audição de How to Dismantle an Atomic Bomb, posso dizer que se trata de um disco fabuloso. Agora que já nem precisam de provar a sua contemporaneidade, os U2 fazem a música que, afinal, sempre gostaram de fazer (who gives a shit, anyway?).
V - Aqui entre nós: parece que há muito militante do PSD que não tem vindo a apreciar as diatribes do Professor Cavaco Silva. Este desagradável facto de dúbia estatística só vem demonstrar que o único partido que realmente ainda podia fazer qualquer coisa de digno e de corajoso por este país, está mais morto que o Oráculo de Delfos. Digo e repito: valha-nos deus - esse canalha que se diverte com a minha pátria.