Cai da cadeira abaixo o perneta do contrabaixo.
Catrapás no chão de laje dor!
Assoa-se aos teus lençóis (depois de termos lá deixado o amor),
a vizinha do segundo esquerdo, criatura infeliz.
Que nojo, vizinha, que nem adivinha onde põe o nariz.
Nas traseiras correm os ratos em debandada
e os gatos atrás deles, com barafunda assanhada
enervam o perneta, que se balança na cadeira ansiosa,
liquefeito em metastase cancerosa.
A sério que gosto destes bastidores,
gosto mesmo da tua vizinha que nem adivinha os odores
do amor escarrapachado no pano.
E juro que gosto daquele fulano, que se enerva com os gatos.