José Sócrates, muito provavelmente na companhia do seu mais querido ministro - a besta das finanças - esteve a pensar, a pensar e a pensar e decidiu que, de todos os sectores da economia nacional, o que deve ser aliviado do jugo tributário é o sector dos ginásios, baixando significativamente o IVA a que estavam até agora sujeitos. Com esta genial iniciativa, que acresce harmoniosamente aos recentes fascismos decorrentes da sua visão asséptica da vida, pretende o Primeiro Ministro que os portugueses façam mais desporto, deixem de fumar, comam cozido à portuguesa devidamente plastificado e bebam não mais que um copo de vinho à refeição (condescendendo aqui um pouco com os portugueses que não conduzem, sendo que estes poderão beber, talvez, dois copos).
Qualquer dia, José Sócrates vai legislar sobre quantas vezes por mês é que os portugueses devem foder, quantas gargalhadas lhes serão permitidas por dia, qual a melhor estratégia que devem seguir para, quando limpam o rabo, não gastarem muito papel, que livros é que devem ler, que discos é que devem ouvir, qual a quantidade mínima de haxixe por ano que podem fumar, em que banco é que devem colocar o seu dinheiro (no BCP, obviamente, agora que foi nacionalizado), quantos quilómetros é que podem fazer com os automóveis que compraram a preços exorbitantes para pagar a disfunção do Estado, a que horas é que podem ligar o aquecimento, em que bolso do casaco é que devem guardar a carteira, como é que devem andar vestidos, com que mão é que podem masturbar-se, etc., etc., etc.
Ora, parece-me a mim, não querendo de forma alguma fazer a apologia de Salazar, personagem que me é absolutamente antipático, que nem este tiranete se atreveria a tanto. E comparativamente, no que concerne à política financeira (sacar cada vez mais, dar cada vez menos), o velho de Santa Comba Dão, convenhamos, era um aprendiz de feiticeiro.
Uma última nota sobre o post anterior, respeitante ao infeliz discurso de ano novo de Cavaco Silva: a Brisa, empresa de capitais públicos que custa milhões de euros por ano em indemnizações e subvenções pagas pelo estado, tem, para 1800 empregados, uma frota de 800 automóveis. E uma média de custos com combustível de 10.000 euros por ano, por funcionário. Mas é com os ordenados das empresas privadas que o PR se preocupa. Ora, com o devido respeito, vá V. Exa. bardamerda.