Mais uma experiência :Kubrik.
Terreiro do Paço
Levo a vida passo a passo,
gasto as solas ao compasso
da cidade que pulsa e arde.
O Paço que passeio é um terraço,
o chão que piso é de ferro e aço
e vibra e brilha ao sol da tarde.
Terreiro do Paço, Terreiro do Paço,
Terreiro do Paço, já não sei o que faço.
Paro e tiro um cigarro do maço;
transitam transeuntes em cansaço
com a pressa que levam na boa.
Vão d’ombros caídos pelo Paço,
o destino é um cheirinho de bagaço
e de sonhos traídos à toa.
Terreiro do Paço, Terreiro do Paço,
Terreiro do Paço, já não sei o que faço.
Este é o movimento escasso,
é a praça que devagar devasso,
são as ruas do tempo que voa.
O futuro é um buraco no espaço,
esta é a distância que eu abraço
e roubo aos deuses de Lisboa.
Terreiro do Paço, já não sei o que faço.
Terreiro do Paço, já nem sei o que faço.