POR MIKE BRAMBLE
“A política é a arte do previsível. Do imprevisível deveria
encarregar-se a natureza e Cristiano Ronaldo”. Ou assim: “Portugal desperdiçou
meia hora antes de estabelecer a sua esmagadora autoridade, personificada em
Cristiano Ronaldo, que ofereceu o melhor do seu repertório”, a propósito do
jogo ganho pelos lusos contra os checos.
Quem escreveu isto, é espanhol. Muito recomendável. Santiago
Segurola, de seu nome, adjunto do director do jornal castelhano ‘Marca’.
Publicado no Diário de Notícias.
“Cristiano Ronaldo é no futebol o que LeBron James
representa no basquetebol ou Usain Bolt no atletismo. Estão à frente no seu
tempo, cyborgs
que combinam destreza, velocidade e potência em doses desconhecidas até agora”,
acrescenta Santiago Segurola.
Dá gozo ler textos de quem percebe da poda. Mais uns
trechos: “imaginemos que o futebol estará cheio de Ronaldos em 2050, mas
actualmente é uma raridade maravilhosa que surpreende porque não existe
comparação”.
“Quando Cristiano Ronaldo entrou em combustão, a República
Checa desapareceu do mapa”. Por mim reproduziria aqui o texto integral de
Segurola, a lembrar o brilhantismo de Jorge Valdano com a pena.
Para remate certeiro, deixo isto: “pouco a pouco, Cristiano
Ronaldo começa a exercer no Europeu o domínio que mostrou Maradona no Mundial ’86.
Entrou em estado de graça. Só falta que a equipa o ajude nesta aventura”.
Nem mais, nem menos. LeBron ganhou um título da NBA poucas
horas depois de este ter texto ter vindo à luz do dia. O jamaicano ainda tem
umas semanas para preparar a aceleração sideral que o caracteriza no
hectómetro. Para Cristiano, o tempo é mais curto. Vamos a ver…