Os deuses decretam o Outono
E publicam em opúsculo:
Que se dê o Atlântico ao abandono,
Que a orla se esconda em crepúsculo.
Atrás da montanha, o sol ainda arde
Em equinócio-capicua.
O Verão desfalece com a fuga da tarde,
A noite começa com o cair da lua.
Os deuses obrigam ao Outono
E publicam no firmamento:
Que o Atlântico cederá ao sono,
Que a orla calará o movimento.
O espectáculo é dramático, faz alarde
De astrofísica-falcatrua:
O Verão cessa com o fugir da tarde,
A noite avança com a morte da lua.