Finalmente, uma boa notícia: cinco anos depois de ter chegado à Casa Branca, Obama está em queda livre. Depois da humilhação às mãos de Putin, na questão Síria, a grande trapalhada do ObamaCare está a deixar os americanos à beira de um ataque de nervos. Obama está a tentar impor, a toda a força e custe o que custar (mais exactamente - 36 triliões de dólares até 2023), um Serviço Nacional de Saúde cuja viabilidade impossibilita aos cidadãos a opção por um seguro privado, num país onde mais de 60% das pessoas já têm um. Num país onde se descobre agora que a maior parte das pessoas não quer um Serviço Nacional de Saúde. Isto é esquizofrénico e anti-americano o bastante para criar rupturas de gravidade assustadora, mas não é o pior. Ainda o plano não está sequer aprovado e já o caos rebenta por todos os lados. Por um lado, muitos americanos cobertos por seguros privados têm entretanto recebido notas de cancelamento das seguradoras, porque o mercado da saúde está na expectativa do grande negócio prometido por Obama já para 2014 (a saúde pública é sempre mais cara que a privada e o grande capital não brinca em serviço). Por outro, o site que tenta "vender" a ideia aos americanos não consegue funcionar devidamente, talvez porque os aparatchics que a Casa Branca decidiu contratar para o desenvolver apresentam um consistente e escandaloso histórico de fracassos em projectos de tecnologias de informação do governo federal. Se um simples site de vocação evangelizadora não funciona, como é que o serviço público funcionará? É de gargalhada. Isto embora os democratas não achem piada nenhuma e 39 dos congressistas do partido votaram ontem com os republicanos uma versão da lei que Obama considera inaceitável. Quando chegar a altura do Senado votar, a coisa ainda vai correr pior porque os senadores democratas estão mais cépticos de que os seus colegas no Congresso, o que, por si só, é espantoso. Mas o problema da actual administração americana é mais profundo do que os votos e os vetos de congressistas e senadores. O problema é que toda a incompetência, toda a desonestidade, todo o nepotismo de Barak Obama está agora e finalmente à mostra e o eleitorado não perdoa: a popularidade deste incapaz chegou, na semana passada, ao ponto mais baixo de sempre e a maioria dos americanos vê o seu Presidente como uma pessoa desonesta (sim, estas palavras são música para os meus ouvidos).
Até o Público, que tem venerado de forma vil e vergonhosa, o primeiro marxista da história da Casa Branca, não consegue esconder a sua desilusão, como podemos constatar aqui e aqui. Mas, obviamente, o leitor esclarecido procurará confirmar a veracidade deste post na imprensa americana. A Casa Branca está em tão maus lençóis que até o órgão oficial do Partido Democrata, a que chamamos Washington Post, serve perfeitamente como showcase do bordel instalado. E quem quiser aprofundar o seu conhecimento sobre o que, a este propósito, se está a passar na América deve ler este artigo do Atlantic. Ou este, porque vale sempre a pena ler o The Economist.
Deus é grande e tem insónias e, na verdade, Obama é tão mau presidente que talvez possibilite um milagre: o regresso da América à sua natural posição ideológica.