domingo, janeiro 26, 2014
Não me lixem: isto é divertido.
O GT6 tem muitos defeitos, como sempre tiveram os gran turismos todos. Esses defeitos decorrem do compromisso difícil, senão impossível, de conciliar a missão simuladora com a função de negócio global. A experiência enquadra-se num pacote tecnológico limitado, para ser viável comercialmente. É ainda muito pobre na dimensão sensorial de conduzir um automóvel com 530 cavalos. E ainda bem que assim é. Porque se pudéssemos ter a experiência total de conduzir um Aston Martin por 70 euros, não gastávamos 200 mil para ter um, não é? E se ninguém dispendesse uma pipa de massa para ter essa experiência total, não havia nenhum Aston Martin para simular. O problema da simulação é que está sempre agarrada ao que a realidade vai fazer primeiro. E nenhum gran turismo ponto catorze vai resolver esse problema.
Seja como for, o que existe neste momento como simulador de referência é pelo menos capaz de reproduzir com alguma competência imagética, da qual este vídeo é eloquente testemunho, a experiência delirante do circuito australiano de Bathurst - essa infame, traiçoeira, perigosa e absolutamente bela colina do inferno.
Pelo que o GT6 consegue fazer (e que me desculpem os eternos críticos da Polyphony, os fãs da série Forza ou os que simplesmente ainda não perceberam o divertido que isto é), devo deixar aqui uma palavra de agradecimento ao sr. Kazunori Yamauchi. São muitas horas de diversão, muitos momentos de puro gozo, a um preço muitíssimo razoável.