No vácuo sideral reina o silêncio absoluto. Mas na peça musical criada a partir dos eventos cósmicos que foram - e continuam a ser - registados pelas sondas Voyager I e II da agência espacial norte-americana NASA e reenviados para a Terra, o espaço profundo enche-se de belas harmonias.
A peça é da autoria de Domenico Vicinanza, um físico com formação musical que trabalha como responsável de projecto na Géant - a rede de dados europeia de alta velocidade, que liga 50 milhões de utilizadores de mais de 8000 instituições de investigação e ensino em 40 países. E foi criada para demonstrar as vantagens da técnica dita de “sonificação” de dados, “cada vez mais utilizada para acelerar as descobertas científicas” porque permite descobrir padrões e regularidades que, de outra forma, não seriam detectáveis, lê-se num comunicado da Géant.
Para isso, nada melhor do que a massa de sinais enviados para a Terra pelas sondas Voyager, lançadas em 1977 e que, apesar de terem há muito acabado a sua missão — e de a Voyager I ter mesmo abandonado o sistema solar em 2013 —, continuam ainda hoje a viajar no espaço, separadas entre si por milhares de milhões de quilómetros, e a enviar dados em contínuo.
“Eu queria compor uma peça de música que fosse uma celebração conjunta das duas sondas. Foi por essa razão que utilizei as mesmas medições de ambas as naves — a contagem de protões realizada pelo seu detector de raios cósmicos durante os últimos 37 anos —, efectuadas exactamente no mesmo instante”, diz Vicinanza, citado pelo mesmo comunicado.
Para criar a música, Vicinanza começou por seleccionar 320 mil medições de cada nave a intervalos de uma hora. A seguir, esses dados foram transformados em duas melodias associando diferentes frequências sonoras às diversas medições. Por último, o cientista atribuiu à melodia vinda de cada sonda uma textura instrumental própria. O resultado é um dueto, de ritmo acelerado, para piano e cordas.
Para isso, nada melhor do que a massa de sinais enviados para a Terra pelas sondas Voyager, lançadas em 1977 e que, apesar de terem há muito acabado a sua missão — e de a Voyager I ter mesmo abandonado o sistema solar em 2013 —, continuam ainda hoje a viajar no espaço, separadas entre si por milhares de milhões de quilómetros, e a enviar dados em contínuo.
“Eu queria compor uma peça de música que fosse uma celebração conjunta das duas sondas. Foi por essa razão que utilizei as mesmas medições de ambas as naves — a contagem de protões realizada pelo seu detector de raios cósmicos durante os últimos 37 anos —, efectuadas exactamente no mesmo instante”, diz Vicinanza, citado pelo mesmo comunicado.
Para criar a música, Vicinanza começou por seleccionar 320 mil medições de cada nave a intervalos de uma hora. A seguir, esses dados foram transformados em duas melodias associando diferentes frequências sonoras às diversas medições. Por último, o cientista atribuiu à melodia vinda de cada sonda uma textura instrumental própria. O resultado é um dueto, de ritmo acelerado, para piano e cordas.
In Público - 23/01/14 - "Décadas de dados vindos das sondas espaciais Voyager transformadas em dueto musical" - Anna Gerschenfeld