Obama e Hollande demonstraram inequivocamente, hoje, nas suas declarações no G20 e ao senado francês, respectivamente, os líderes fracos e infames que são. A única diferença é que Hollande parecia de facto incomodado com os acontecimentos, enquanto Obama estava só incomodado por ter que parecer incomodado. Será difícil encontrar um presidente mais sobranceiro na história contemporânea dos Estados Unidos da América.
Entretanto, na missa, o bispo de Paris apela à capacidade de perdão e nos canais noticiosos do costume, afirmam-se e reafirmam-se os mesmos disparates que sempre se afirmam e reafirmam, incansavelmente, quando somos atacados pelos bárbaros. Os políticos falam de consensos e de estratégias. Os jornalistas evocam os valores da tolerância. E os parisienses que andam pelas ruas mostram-se cautelosos. Assustados. Dir-se-ia: derrotados pelo medo. Vão deixar uma flor num local da chacina, mas a dignidade da homenagem escangalha-se cruelmente numa onda de pânico instantâneo, cego, quando um atrasado mental qualquer decide lançar foguetes sobre a noite deprimida de Paris. Para todos os efeitos, ainda estão em estado de choque.
Quem desta gente sobreviveria ao blitz de Londres?