domingo, junho 19, 2016
Le Mans, ou o suplício nipónico.
As 24 horas de Le Mans são, nos tempos que correm e em definitivo, o maior espectáculo automobilístico do mundo. Ao contrário do que acontecia há 20 ou 30 anos atrás, a corrida é disputada ao sprint na sua total duração e a incerteza quanto aos vencedores (nas 4 classes em competição) tem sido a regra e não a excepção.
Mais a mais, os automóveis da LMP1 são mais bonitos, mais rápidos e tecnologicamente mais impressionantes que os carros da Fórmula 1 e não precisam de truques manhosos do género RDS para se ultrapassarem alegremente uns aos outros.
O que aconteceu este ano não tem comparação com nada que possa ter acontecido na história do desporto automóvel. A 6 minutos do fim, sim, 6 míseros minutos, o carro nº 5 da Toyota, que tinha a corrida ganha (o Porsche que vinha imediatamente atrás estava a cerca de um minuto) e que ia garantir a primeira vitória do gigante industrial japonês ao fim de décadas de tentativas frustradas, encosta à parede exterior das boxes e imobiliza-se em plena recta da meta para nunca mais dali sair. Ninguém queria acreditar, mas o Porsche 919 tripulado por Dumas / Jani / Lieb acabava de vencer a 83ª edição das 24 horas de Le Mans.
Se há momentos em que a realidade supera a inventiva do mais fantasioso dos novelistas, este é um deles. O que aconteceu hoje no eterno circuíto de La Sarthe é mesmo, mesmo, inacreditável. E super cruel para os desgraçados dos japoneses.