Enquanto em Portugal não nos cansamos de promover a mediocridade profunda dos diversos Tonis Carreira que infectam a música popular, não deixa de ser irónico que os senhores da National Academy of Recording Arts and Sciences se tenham lembrado (a minha alma está parva) de atribuir a José Cid um mais que justo Grammy, que premeia a sua poderosíssima carreira como compositor, letrista, intérprete e impenitente romântico. Cid é, talvez a par de Zeca Afonso, o grande criativo da sua geração. E mantém ainda hoje, com a heroica idade de 77 anos, uma intensa actividade ao vivo, esgotando concerto sobre concerto nos mais diversos palcos.
Muito de vez em quando, neste mundo esquizofrénico, acontece algo que faz sentido. E celebrar o talento de José Cid faz todo o sentido.
José Cid . Morrer de Amor . 1981
Quando eu te conheci eras criança
Vivias no teu mundo de ilusão
E nem sequer sonhavas que poderias ser
A causa principal desta canção
Ah morrer de amor
É bem melhor do que viver a vida sem te ter
Ah morrer de amor
É bem melhor do que viver sem ti.
E o tempo foi passando lentamente
Mas não morri de amor, sobrevivi
Foi-me invadindo a alma uma tristeza imensa
Que ditou a canção que te escrevi
Ah morrer de amor
É bem melhor do que viver a vida sem te ter
A morrer de amor
É bem melhor do que viver sem ti.
Ah morrer de amor
É bem melhor do que viver a vida sem te ter
A morrer de amor
É bem melhor do que viver sem ti