quarta-feira, dezembro 11, 2019

Autista do ano.


A dúbia e infame distinção anual da revista Time é um assunto recorrente neste blog. Este ano, os rapazes não fugiram à regra espúria e elegeram nada mais nada menos que uma adolescente autista como personalidade do ano. Não tenho nada contra autistas, nem contra adolescentes, obviamente. Mas parece-me que este elogio político de uma miúda com deficiência é completamente imbecil. Greta Thunberg tem 16 anos. Não sabe nada de política e muito menos de ciência e ainda menos de ciência climática, na medida em que ninguém na verdade sabe grande coisa sobre o assunto. Nem os doutorados na matéria que não são adolescentes nem autistas fazem uma pequena ideia.
A eleição de Greta é uma manobra de propaganda ideológica super rasca e não passa disso. Não é por estarmos sempre a ser assaltados e incomodados pela indignação encenada e constrangedora desta infeliz rapariga que vamos debitar menos dióxido de carbono para a atmosfera, como é óbvio; e há muito boa gente, como eu, que ainda está para ser convencida de que essa libertação de dióxido de carbono é uma coisa má para a atmosfera. Nem é por fazermos desta criatura uma espécie deficitária de profeta do apocalipse que evitamos as alterações climáticas, porque o planeta sempre as produziu em quantidade abundante e porque o planeta é indiferente ao que dizem os adolescentes autistas, os cientistas do clima e os redactores da Revista Time. O planeta já aqui estava muito antes dos redactores da revista Time terem qualquer hipótese de eleger personalidades do ano e aqui permanecerá incólume muito depois da revista Time fechar por falência técnica, ou moral. O planeta não é frágil perante as "agressões" da raça humana, como gostam de dizer estes alarmistas manhosos. A raça humana é que é frágil perante a indiferença do planeta e a Revista Time conta tanto para o totobola das variações climáticas, como Greta para a lotaria da opinião pública. Daqui a uns meses, já ninguém se vai lembrar desta triste figura, a quem a natureza já tinha roubado a hipótese de uma adolescência normal e a imprensa furta agora a possibilidade da inocência. Mas vale tudo, em nome da virtude de plástico dos tempos que correm. E o pior ainda está para vir.