quarta-feira, maio 06, 2020

O Expresso é mau demais.

 

Num qualquer e infame número de Abril, a Revista do Expresso declara a morte da família nuclear com toda a alegria do mundo. Como quem anuncia o paraíso na Terra, os imbecis de serviço na redacção deste órgão oficial do Bloco de Esquerda festejam a emergência da "nova família", esse agregado progressista que desistiu do legado biológico e o substitui por "novos laços de coabitação", arrepiantes fantasias sociais e socializantes que trazem a promessa de amanhãs que cantam. Que importam os 80.000 anos de história do Sapiens, cuja sobrevivência, propagação e constituição civilizacional dependeram sempre e primeiro dos elos de sangue? Nadinha. Os adolescentes deste pós-socialismo niilista sabem mais, sabem tudo. E acham que não precisam da família para coisa alguma. Que a família é descartável no grande salto para a frente rumo à distopia final.
Podia desejar-lhes boa sorte, com esta interpretação espúria da condição humana, mas seria cínico da minha parte, porque quando eles chegarem à conclusão de que sem a família convencional, biológica e irredutível, são apenas mais uns símios solitários no grande desespero de um mundo sem valores, não há boa fortuna que lhes valha. E, desculpem lá, mas é muitíssimo bem feito.