O Pentágono tem vindo, desde aqui há uns cinco anos para cá, a divulgar imagens de "encontros imediatos de terceiro grau" com objectos voadores não identificados. A razão desta abertura sobre fenómenos que eram, até há muito pouco tempo, matéria ultra secreta nos corredores das forças armadas e das agências de inteligência americanas, não é clara. E eu, dado o contexto contemporâneo meio ensandecido destas forças e destas agências, duvido da honestidade dos seus motivos. Não sei, por exemplo, se esta inédita filosofia não se justifica apenas pela vontade de criar um novo medo nas populações, de forma a esticar e tornar permanente o autoritarismo dos estados sobre os cidadãos. Nem sei, nem tenho maneira de saber, se as imagens divulgadas pelo Pentágono e se as afirmações de antigos quadros da CIA, são ou não de base fraudulenta. O Pentágono, como a CIA, como o FBI, como a NSA merecem hoje em dia o mesmo grau de credibilidade que um vendedor de automóveis em terceira mão.
Há, ainda assim, a hipótese destas imagens serem reais. Partindo desse hipotético princípio, convém divulgá-las e, na semana passada, Jeremy Corbell e George Nap, que são civis, receberam de fonte anónima imagens fotográficas e em vídeo que documentam, aparentemente, mais um desses encontros da marinha americana com um enxame de ovnis, ocorrido em 2019. As imagens foram capatadas a partir do USS Russel e do USS Omaha e o Pentágono confirmou entretanto que são autênticas e que a natureza do fenómeno está por explicar.
É claro que, acreditando na sua autenticidade, estas imagens podem apenas registar veículos de engenharia secreta e terráquea (americanos ou chineses ou coisa que o valha). Não sabemos. É claro que a luminosidade intermitente destes objectos é suspeita porque remete para protocolos da aviónica. Mas o seu comportamento dinâmico, que desafia completamente as leis da física e deixa pilotos, peritos da aviação e oficiais de controlo aéreo de queixo caído, bem como a multiplicidade de naves em cada evento e a diversidade de eventos similares, deixam intrigado qualquer espírito curioso.
Jeremy Corbell foi chamado a um segmento do Tucker Carlson Tonight para falar sobre o assunto, mas não ajuda muito a descortinar o mistério:
Eu já fui bastante mais crente na vida inteligente extraterrestre do que sou hoje, porque quanto mais leio e pesquiso sobre a natureza do cosmos, porque quanto mais sei sobre a miríade de condições que foram necessárias ao surgimento de vida inteligente na Terra, mas acho difícil que o fenómeno aconteça frequentemente noutro lado qualquer, pelo menos ao mesmo tempo que está a acontecer aqui. E mesmo que civilizações inteligentes co-existam temporalmente, a imensidão espacial do universo torna muito difícil e improvável o contacto. E mesmo que esse contacto fosse tecnologicamente possível, pode ser sensorialmente impraticável, já que as inteligências concomitantes podem simplesmente ser ontologicamente incompatíveis.
Tudo isto, porém, não me estraga a volição inquisitiva. E gostava mesmo muito de saber que raio de coisas andam para aqui a voar, anónima, atrevida e impunemente, sobre os céus do meu planeta.