domingo, junho 13, 2021

A teoria da conspiração como método científico #06: agora é a minha vez.

Aproveito o balanço desta série de posts para anunciar uma teoria da conspiração novinha em folha e da minha autoria, se bem que com inputs de muita gente. Posso estar enganado, mas como as teorias da conspiração se têm revelado como um método infalível para chegar à verdade, neste mundo de mentiras, também posso estar certo. As probabilidades, neste contexto, jogam a meu favor.
Ora a teoria é a seguinte:

As oligarquias globais estão a implementar um programa de destruição económica de forma a aniquilar a Civilização Ocidental e das suas cinzas criar um sistema totalitário de governação dos povos.

Entre as elites mundiais (leia-se: estados, grandes grupos económicos e conglomerados mediáticos) há um acordo para destruir por completo as estruturas económicas, sociais e políticas que herdámos do século XX e que esta gente considera agora não adequadas aos seus objectivos últimos. A ideia é forçar as economias à ruptura, tanto no campo monetário e financeiro, como energético e industrial, de forma a criar o caos necessário para a activação de um "Great Reset" que inicie um novo processo civilizacional, com aniquilação dos fundamentos democráticos, implementação de princípios igualitários do género bolchevique e de políticas ambientais de natureza jacobina, eliminação do direito à propriedade e à livre iniciativa, institucionalização da censura e restrição de liberdades fundamentais, centralização coorporativa da economia e dirigismo oligárquico.

Nem todos os intérpretes do poder estão de acordo, claro; nem todos têm a mais radical das intenções, sim; e nem todos os que subscrevem este movimento terão a mesma agenda, obviamente. Os interesses do Comité Central do Partido Comunista Chinês não são necessariamente os mesmos do Conselho de Administração da Pfeizer, mas o que está em jogo é um assalto ao poder e às riquezas do mundo a uma escala de tal forma assombrosa, que une facilmente facções divergentes. Depois da revolução, logo se verá. A História está repleta de exemplos deste género.

E quanto àqueles mais moderados nas ambições e mais tímidos nos métodos, serão rapidamente mastigados e cuspidos pelo processo, como também sempre acontece nestes momentos de convulsão civilizacional.

Os sinais estão por todo o lado, para quem os quiser ver e é claro que começaram a ser mais evidentes a propósito da pandemia e das medidas tomadas para a conter, que estabeleceram novos patamares de autoritarismo do estado, esmagaram sobretudo os pequenos negócios, numa brutal e recordista transferência de riqueza das PME's para as grandes multinacionais, tornaram milhões de cidadãos dependentes financeiramente dos respectivos estados, calaram as vozes independentes e reforçaram as bases filosóficas, psicológicas e operacionais para o desenvolvimento de regimes totalitários.

Abundância de dinheiro e escassez de bens: uma política monetária de filosofia suicidária.

Mas à medida que a pandemia vai saindo dos headlines, e que fica mais difícil para os donos do mundo justificar a tirania e disseminar o medo, percebe-se que já está em marcha uma nova crise mundial, que é a monetária.

Nos últimos 30 anos, a Reserva Federal Americana, como o Banco Central Europeu mas numa escala ensandecida de triliões, tem impresso dinheiro como se não houvesse amanhã e sem qualquer preocupação com o valor nominal do dólar. Mas desde que Biden chegou à Casa Branca, a emissão fiduciária tem atingido níveis galácticos. A administração americana vai imprimir este ano mais moeda do que aquela que foi impressa nas últimas duas décadas. E na proporção de um quarto de todos os dólares em circulação. 

Ora, inundar desta forma a economia com a moeda americana, que regula, entre outros bens, os mercados energéticos mundiais, é um jogo muitíssimo arriscado. E não é preciso um doutoramento em política monetária para perceber porquê, basta entender a velha lei da oferta e da procura. Se tens um bem a circular em abundância, esse bem vai desvalorizar. Mas se esse bem é a moeda, não é só com a sua desvalorização que te deves preocupar. Deves-te preocupar deveras com a inflação. E na proporção da moeda que emites, deves-te preocupar ainda mais intensamente com a hiper-inflação. Os números recentes já anunciam um disparo nos preços, mas ainda é cedo para percebermos a dimensão real do problema. E para quem vive em Marte e não sabe bem o que é hiper-inflacção, eu explico: é quando o dinheiro que recebes pelo teu trabalho de hoje não chega para pagar o bilhete de metro de que precisas para ires trabalhar amanhã.

O problema é especialmente agudo se pensarmos que as economias mundiais ainda nem sequer começaram a sua recuperação da crise originada pela pandemia e não estão a produzir bens que façam face à abundância de dinheiro em circulação. Ora, desprovido de relação nominal com um outro valor (que até à primeira metade do século XX tinha sido o ouro), o dinheiro só vale alguma coisa quando ocorrem duas premissas fundamentais, a saber:

a) Um contrato social que reconhece de forma unânime o seu valor universal e
b) A capacidade que manifesta em adquirir bens de consumo.

Como a produção de bens de consumo declinou dramaticamente por causa da pandemia, esta alínea b vai impactar muito negativamente a alínea a e vice-versa, num cancelamento mutuo das duas premissas.

E à inflação galopante está de facto a aliar-se uma significativa quebra na oferta de bens essenciais, como podemos constatar nesta reportagem recente da Fox News. 



Entre o Green New Deal e o Great Reset: se não vai a bem, vai a mal.


No fundamento da minha teoria da conspiração está o facto da equação que acabo de enunciar ser de quarta classe para qualquer economista. Não há maneira de que os responsáveis pelas políticas monetárias americanas e europeias não saibam os riscos monumentais que estão a correr.

O mesmo se passa em relação às propostas de combate às "alterações climáticas". Neste caso temos duas abordagens diferentes, mas com resultados muito parecidos.

Nos sectores mais extremistas das sociedades ocidentais, que pretendem aniquilar o mundo como o conhecemos já amanhã de manhã, defende-se aquilo a que estes radicais insanos decidiram chamar "The Green New Deal". Este plano implica a cessação imediata de qualquer tecnologia que liberte dióxido de carbono para a atmosfera. Assim sendo, os transportes de pessoas e de mercadorias ficariam limitados à locomotiva eléctrica ou ao automóvel eléctrico (sendo que a produção de baterias implica actividades industriais ligadas à mineração, que libertam dióxido de carbono, a coisa complica-se ainda mais, mas adiante), a aviação comercial seria interditada, os aquecimentos das casas teriam que ser revistos e a produção de electricidade teria que ser revolucionada de um dia para o outro, a pecuária desapareceria inevitavelmente (quem não for vegetariano será aconselhado a comer insectos), os complexos económicos mundiais ligados ao carvão e ao petróleo seriam interrompidos e etc., etc., etc. até ao apocalipse imediato de tudo.

Nos sectores menos radicais as propostas são exactamente as mesmas, mas com a diferença de serem bastante menos ambiciosas em termos de calendário. A destruição dos vários sectores da economia ligados às energias fósseis está a ser progressivamente levado a cabo por agendas ambientalistas em todo o Ocidente, já há décadas, na verdade, mas como é espaçada no tempo, e devidamente acompanhada pela desinformação académica e pela propaganda dos media, especialistas como são em despejar o medo nas mentes humanas, o processo tem-se desenrolado de forma razoavelmente pacífica.

Nada disto, porém, tem um carácter democrático. As decisões são tomadas por oligarquias, seja ela a de Davos, a do G7, ou a do Partido Democrático Americano (a palavra democracia na nomenclatura deste partido tem progressivamente vindo a ganhar a mesma ressonância que tinha na nomenclatura da extinta República Democrática Alemã).

E o processo será implementado a bem ou a mal. E, nesse sentido, acolhe favoravelmente a desordem, a amoralidade, o crime, a instabilidade económica, a agitação social. É por isso que assistimos à tolerância perante movimentos populistas de carácter destrutivo, como os interpretados pelo Black Lives Matter ou pela Antifa, enquanto as manifestações de cidadãos que protestam contra os confinamentos ou contra a imigração desregrada, interessados em manter vivos os valores morais e operacionais da Civilização Ocidental, são brutalmente reprimidos. É por isso que a administração Biden quer retirar as armas aos cidadãos cumpridores da lei, mas não fala em desarmar os gangues criminosos que ceifam cada vez mais vidas nos núcleos urbanos da América. É por isso que a administração pública inglesa criminaliza a opinião nas redes sociais, enquanto fecha os olhos à violação sistemática de menores por parte de grupos islâmicos. É por isso que as grandes multinacionais optaram, em uníssono e pela primeira vez na história do capitalismo, por assumirem posições políticas, geralmente relacionadas com questões fracturantes, deixando o consumidor confuso e sem alternativas que não a aquisição de produtos e serviços cujo imaginário é carregado de valores contraditórios e disruptivos e de ideologias radicais que vão contra o seu instinto liberal. É por isso que a propósito do Covid-19 se fecharam igrejas ao mesmo tempo que multidões turbulentas se compactavam nas ruas para protestar contra o racismo. É por isso que os governos têm progressivamente financiado as instituições que promovem o aborto e desinvestido naquelas que promovem a fertilidade. É por isso que os "cientistas", ignorantes de mais de 90% da matéria cósmica, te dizem que o universo é um banal produto do acaso e que Deus não existe. É por isso que a arte contemporânea é uma fraudulenta e horripilante colecção de urinóis, espécie de manifesto contra o Belo e a Consolação. O caos é bem vindo porque distrai, porque desorienta, porque destrói, porque cria a oportunidade niilista para a acção revolucionária.

Fazendo recurso à ciência, à tecnologia e à propaganda, numa espécie de síntese satânica que deixaria Goebbels envergonhado; promovendo o ódio racial, o sectarismo sexual e o conflito identitário; utilizando a imprensa e as redes sociais, os mercados financeiros e a pandemia, os mitos climáticos e o medo, num exercício holístico de ambição inédita e alcance desmedido, as oligarquias combinadas neste movimento de assalto ao poder global não estão dispostas a concessões e escondem o seu carácter draconiano através de uma complexa operação de cosmética, consubstanciada na assumpção de falsas virtudes, na alteração da verdade histórica, na manipulação da opinião pública e na radicalização ideológica dos sistemas de ensino. 

Como já aqui referi, o Great Reset é o objectivo último deste processo dantesco. Há que aniquilar o modelo económico, político e social, para fundar um novo paradigma de governação dos povos. E esse paradigma de base totalitária integra a extinção do direito à propriedade (e daí o obsceno slogan "não serás dono de nada, mas serás feliz"), a equalização social e a tomada de poder absoluto por uma elite muitíssimo reduzida, precisamente aqueles que são hoje de tal forma privilegiados que podem sobreviver serenamente ao processo de implosão em curso.

Posso estar completamente enganado e esta pode realmente não ser mais que uma tola teoria da conspiração. Mas como tenho demonstrado ultimamente aqui no blog, vivemos tempos em que uma quantidade maluca de tolas teorias da conspiração passam a teses assertivas a uma velocidade espantosa e por isso: a ver vamos.