terça-feira, junho 29, 2021

Os heróis que nos restam: Chris Froome.

Este homem faz com que me sinta orgulhoso da raça humana, o que, nos tempos que correm, não acontece com frequência.

Depois de uma queda gravíssima enquanto fazia o reconhecimento de uma etapa do Critério Dauphiné, em 2019, que o deixou às portas da morte, Chris recuperou de forma estoica, mas nunca mais foi capaz de se afirmar como o campeão que toda a gente sabe que ele é: um dos grandes vultos da história do ciclismo.

Ainda assim, apesar da modesta, muito modesta temporada de 2020 e da sua veterania (os 36 anos de idade e os inumeráveis títulos conquistados aconselhariam a reforma), o ciclista britânico nascido no Quénia, num exercício de humildade, coragem e auto-superação absolutamente heroicos, recusou desistir e apresentou-se para a temporada de 2021 numa equipa de segunda linha, a Israel Start Up, pronto para mais um ano de sacrifícios. E disponível para mais um Tour de France.

Logo na primeira etapa, o desastre: uma queda a 60 kms à hora leva-o às urgências do hospital mais próximo, com vários traumatismos na anca e na caixa torácica. Depois de visto e revisto o seu esquálido mas resiliente arcaboiço, é-lhe dada alta à uma da manhã. No dia seguinte, está fresquinho, pronto para subir para cima da bicicleta e cumprir mais uma etapa infernal.

Isto. É. Um. Homem.