Nos tempos que correm é extremamente difícil encontrar heróis. Entre os ingleses, há tão poucos, mas tão poucos, que é preciso procurar exaustivamente, ao ponto de nos termos que contentar com uma estrela rock dos anos 90. Noel Gallagher, o mano mais velho, mais talentoso e mais sensato dos Oasis, tem por hábito dizer o que pensa (já não é possível cancelá-lo). E pensa correctamente. E não mede as palavras.
Deixando a ilha dos bifes e contemplando o deserto de ideias e a ausência de líderes lúcidos, fortes e carismáticos no continente Europeu, chego à conclusão absolutamente espantosa que Vladimir Putin é o único dirigente político capaz de defender, com alguma heroicidade, os valores ocidentais. E, como Gallagher, não tem medo de nada nem de ninguém (este é mesmo impossível de cancelar, a não ser através da guerra).
Portanto: ficamos reduzidos, no que diz respeito à liderança do Ocidente Judaico-Cristão, a um artista pop e a um chefe de estado que é, na verdade, um semi-ditador (O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, também é um gajo com os tomates no sítio). E haverá mais dois ou três artistas pop (o Ricky Gervais é um deles) talvez, e haverá mais dois ou três políticos (o Nigel Farage, por exemplo), e haverá até um artista pop que também faz política (o Lawrence Fox). E haverá uns rapazes que gritam no deserto com quantos megafones são capazes de reunir, como o Paul Joseph Watson e o Carl Benjamin e o Andrew Torba e o Tucker Carlson. E haverá uns generais franceses que assinaram aquela carta linda. E haverá um certo governador na Florida. E um certo psicólogo Canadiano. Mas é muito pouco. É quase nada.
Estamos entregues aos bichos.