segunda-feira, agosto 02, 2021

Anti-olimpíadas #03

Tour de France de 2011. Por causa do imbecil que ia ao volante de um automóvel dos media, Johnny Hoogerland é projectado contra uma barreira da estrada que é feita de arame farpado (não, não estou a brincar). Fica lá pendurado durante uns segundos. Consegue desenvencilhar-se do intrincado complexo de lâminas ferrugentas que lhe rasgam a pele. Monta-se na bicicleta. Sangra abundantemente. Termina a etapa. Ganha o prémio da combatividade desse dia e veste a camisola da montanha. Vai ao hospital para levar 33 pontos. Alguns desses pontos, aplicados nos testículos. No outro dia, está fresquinho e faz-se à estrada. Terminará o Tour desse ano em 74º lugar.

Em toda a aldeia olímpica de Tóquio não deve haver uma alminha que se compare, em determinação, dignidade profissional e espírito de sacrifício, a este bravo holandês.