O Observador, acompanhando os trends da imprensa mundial, já está a preparar o terreno para o pânico climático que vai substituir o pânico pandémico (embora este último vá ser explorado ao máximo e ainda tem balanço para durar até ao verão de 2022, pelo menos). Ora vejamos este belo manual de edição falaciosa:
Agrupar estas "notícias" assim não só não é inocente, como é um modus operandi que tem como objectivo a extrema manipulação da realidade: o que é que a temperatura máxima de 39 graus no mês de Agosto, em Portugal, tem de extraordinário, se não fosse a caixa acompanhada pelo restante contexto alarmista? E os fogos de verão no Mediterrâneo, o que têm de relevante? Nada a não ser funcionarem como muletas de apoio à narrativa. E a deslocação do fumo dos incêndios da Sibéria para norte é inédita? Não. A Sibéria sempre ardeu e o fumo desses incêndios sempre rumou para o lado que o vento o levou. E deve ter sido levado para o Polo Norte mais vezes, na história do planeta, do que aquelas que a nossa imaginação pode enumerar. A caixa com maior destaque também não tem nada de particularmente relevante: A ONU anda a assustar a malta com aumentos de temperatura e apocalipses climáticos desde que eu era criança. Tenho 54 anos e esses alertas nunca confirmaram a sua pertinência. O Planeta parece não querer obedecer às ameaças da ONU.
E eis como se fabrica o medo, esse grande propulsor do fascismo, nas redacções contemporâneas. Com "não notícias" e edição propagandista. Nem é preciso mais que isto.