sábado, setembro 11, 2021

Mais, mais e mais Haikus do Alto da Falésia.




 

As rosas do meu jardim
São voláteis
Como a paz.




Dia glorioso de sol.
Até a macieira da vizinha
Trabalha para o bronze.



Não há aplicação capaz
Da lírica que faz
Um bloco de papel em branco.



Cai a tarde.
Os haikus escrevem-se sozinhos.



Falas de política
Em vez de conversares sobre filosofia.
Tagarela.



Durante uns segundos o mundo cala-se completamente.
Nem a madrugada faz barulho
A respirar.



O Hotel está vazio.
Até as moscas decidiram alugar
apartamentos.



Cai a noite e o silêncio.
Assustas-te com a ignição de uma motorizada.




A marinha alegra de reflexos alvos
a escuridão marítima.
A baía também precisa do homem para ser feliz.



O teu corpo começa a acusar os cansaços.
Mas não sejas mariquinhas.



Faz todo o sentido que sejas mais sábio
Quando os músculos perdem a razão.



Cometes erros, pagas o preço.
Mas cumpres a dívida?



Quanto mais suspeito da humanidade,
Mais gosto de pessoas.



Em dez haikus,
Acerto um.
Boa média.



O mundo é uma complicação de coisas simples.
(Olhas para o relógio).



As ondas que faz a pequena traineira
têm implicações no scotch do Comandante
Do Navio Escola Sagres.



O Verão é a forma com que Deus te recompensa
Por te ter feito assim tão imperfeito.



Do horizonte negro
Escapa-se uma estrela.
Livre arbítrio.