As rosas do meu jardim
São voláteis
Como a paz.
Dia glorioso de sol.
Até a macieira da vizinha
Trabalha para o bronze.
Não há aplicação capaz
Da lírica que faz
Um bloco de papel em branco.
Cai a tarde.
Os haikus escrevem-se sozinhos.
Falas de política
Em vez de conversares sobre filosofia.
Tagarela.
Durante uns segundos o mundo cala-se completamente.
Nem a madrugada faz barulho
A respirar.
O Hotel está vazio.
Até as moscas decidiram alugar
apartamentos.
Cai a noite e o silêncio.
Assustas-te com a ignição de uma motorizada.
A marinha alegra de reflexos alvos
a escuridão marítima.
A baía também precisa do homem para ser feliz.
O teu corpo começa a acusar os cansaços.
Mas não sejas mariquinhas.
Faz todo o sentido que sejas mais sábio
Quando os músculos perdem a razão.
Cometes erros, pagas o preço.
Mas cumpres a dívida?
Quanto mais suspeito da humanidade,
Mais gosto de pessoas.
Em dez haikus,
Acerto um.
Boa média.
O mundo é uma complicação de coisas simples.
(Olhas para o relógio).
As ondas que faz a pequena traineira
têm implicações no scotch do Comandante
Do Navio Escola Sagres.
O Verão é a forma com que Deus te recompensa
Por te ter feito assim tão imperfeito.
Do horizonte negro
Escapa-se uma estrela.
Livre arbítrio.