A Ciência a sério era assim: partes das observações para as teorias (como Newton fez quando levou com a maçã na cachimónia).
A Ciência do século XX, mais ou menos séria, era assim: partes da teoria para a veres confirmada na realidade (como Einstein fez com a Teoria da Relatividade, que implicava um desvio gravítico da luz, que foi demonstrado uns anos, poucos, mais tarde).
A Ciência do século XXI é uma coisa completamente diferente: partes de teorias completamente delirantes, fazes chorudas carreiras à custa dessas delirantes teorias, e quando a realidade observável não as confirma (pudera!), insistes que a realidade observável esconde a confirmação dessas teorias, ou, pura e simplesmente, que é a realidade que está errada e não as tuas delirantes teorias.
Estou a exagerar? Sou um cínico malicioso? Não, não sou:
Este headline e o respectivo lead da Quanta é por si só revelador do desavergonhado bordel que é hoje o modelo standard da Física Quântica e o artigo diz tudo o que é preciso dizer para afirmar o meu céptico ponto de vista. Se a teoria sobre a densidade de neutrinos no cosmos não conforma com as mensurações, é porque há um exército de neutrinos fantasmáticos, de certeza. Não será de todo porque a teoria é delirante e não compagina minimamente com a realidade. Não. Isso ia trazer problemas graves para a contabilidade doméstica dos teóricos. Não pode ser. Há hipotecas bilionárias para pagar, Aston Martins para manter e filhos para levar à onerosa Universidade dos Mesmos Equívocos.
Além disso, é extremamente rentável (para os cientistas, não para os contribuintes) a hipótese, sempre sem resolução técnica, de que existe uma infinidade de partículas e subpartículas que não conhecemos. Se não as conhecemos, é porque não estamos a gastar dinheiro suficiente em faraónicos projectos de aceleração de partículas cujo resultado será invariavelmente o mesmo de sempre (o de que vamos a seguir precisar de gastar mais dinheiro noutros projectos faraónicos).
Portanto, se a realidade não demonstra a teoria, é a realidade que está errada. E o facto da realidade estar errada é um próspero negócio.
Bem vindos à epistemologia da Ciência no século XXI.