Os génios que conduzem a economia americana têm uma nova tese: a inflacção é virtuosa. E é virtuosa porque toda a gente fica, por igual, mais pobre. É claro que 30% de desvalorização dos rendimentos não vai incomodar o sono das elites tanto como irá com certeza tornar insustentável a vida dos que já eram pobres, reduzir à pobreza os que eram remediados, retirar independência à classe média e aniquilar os pequenos e médios negócios. Isso não interessa nada, porém, aos senhores do universo, porque a economia não é, afinal, uma ciência que objectiva a prosperidade dos povos, mas a sua equitativa miséria.
A inflacção é assim uma ferramenta marxista de máximo impacto que poderá finalmente implementar no Ocidente o velho sonho de uma sociedade sem classes (preservando apenas a classe dirigente, claro), em que todos somos destituídos por igual. Bem vindos à grande Venezuela do futuro.